quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Movimento de contínua partida: sobre a constante mudança parte II

Nada como acordar cedo e saber do fim de um ciclo ou etapa para aflorescerem sentimentos nostálgicos de saudade ainda não sentida. Pessoas chegam e partem todos os dias, a qualquer hora nos 4 cantos do mundo. O que gera esse movimento? O que busca um viajante? O que inspira os passos de um caminhante noturno? O que há de tão belo na estrada que se forma frente aos nossos olhos?
Em grande parte, acredito que conhecer pessoas numa situação itinerante resume o sentido da vida. Aos viajantes, os autênticos, de coração, interessa muito mais a troca com outros estradeiros; seus paradeiros, sotaques, regionalismos, banda de rock favorita, itens imprecindíveis pra mochila...Trocam porque sabem que a viagem é cheia de pequenos aprendizados. Ao se abrir, ao se enxergar no outro, laços incríveis sao estabelecidos. Amigos verdadeiros em poucos, bons e intensos momentos de troca de ideias. É possivel perceber que mesmo havendo grandes diferenãs todos anseiam pelo mesmo: boas pessoas com quem dividir suas experiencias; sejam elas espirituais ou de perrengue. Ao bom viajante todo caminho é válido, e toda experiência, engrandecedora.
Acordei num último dia de sol em Floripa. Acordei triste por saber que aquela experiência estava com suas horas contadas. Por 15 dias tive o prazer de conviver e trocar muito com dois mineiros maneiros fantásticos irmãos, chamados Renato e Luiza. De maneira inesperada noddos caminhos se cruzaram por coincidências além de nossos controles. Mesmo sabendo das horas que restavam demorei pra me levantar, como se o não acordar pudesse amenizar o triste fato de não estar mais com essas duas figuras-pérola diariamente. Acordei com saudades.
Verdadeiras famílias são formadas pelas estradas desse mundão. Pessoas que se ajudam sem medo, trocam sem preconceito. Verdadeiros camaradas.
Nada como bons amigos, boas canções e gargalhadas, um bom rango, cenário de natureza abundante e alucinógenos para compreender que todos vemos o mesmo sol.
Acordei com saudades das pessoas que ainda vou conhecer.

João Oliveira 18/01/10
LaGENTEbuena

sábado, 16 de janeiro de 2010

Sobre a constante mudança

A aceleração do tempo é o que vivemos. Minutos quebrados em segundos, montanhas detonadas em instantes. O capitalismo globalizado conectou-nos como nunca antes. Estamos em constante movimento 24h por dia. A bolsa de valores fecha em Nova Iorque para abrir em Tóquio. O fluxo não pára. A tecnologia serve esse grande mecanismo, mas de modo que o auxilie na concentração de riquezas por parte de poucos. Ela não trabalha à favor da humanidade, não há interesse! Me refiro à grande parte das tecnologias- sei que existem muitas pessoas aprimorando a ciência para que saiamos desse buraco cavado com nossas próprias mãos. Existe tempo?
Existem cordas para nos ajudar, mas os deuses-sol de nossa conturbada época pintam essas cordas como demasiadamente utópicas. Cordas como a Permacultura, Agroecologia, Economia Solidária, Comércio Justo são consideradas estupidez, uma vez que zelam por uma volta à valores de raiz, pautados por principios mais humanitários, universais, de longo prazo. Por que voltar pro campo com tanta maravilha moderna na cidade grande, como escada rolante, congestionamento e absurda poluição? Por que questionar a origem de nossos alimentos ou como são produzidos quando a prateleira do hipermercado parece tçao reluzente e feliz, repleta de produtos feitos especialmente para VOCÊ. Compre, olhe, vire, mexa, talvez no embrulho você ache o que precisa. Não custa nada, só lhe custa a vida! Só estamos contrubuindo para a extinção das espécies terrestres. A tecnologia dos grandes já busca novos planetas Terra porque sabem dos graves problemas que estão por vir. Nossas escolhas, mais do que nunca pesam toneladas no futuro que é o AGORA em que vivemos, resporamos, conversamos, fazemos planos e trocas. Todos temos muito o que trocar, pois trocando, o aprendizado torna-se constante, infindável, mutável. Esqueçamos as velhas verdades, preconceitos e moralismos! Tratemos o desconhecido como um novo território amigo e INTERESSANTE. Um território onde todas nossas certezas caem por terra.
Somos seres em contínua evolução; viajantes em contínua expansão. Temos que nos permitir: a JUVENTUDE não passa de um estado de espírito sedento de aventuras e transformações. Seja jovem, questione e mude. Não custa nada, só lhe custa a VIDA.

João Oliveira
laG3NTEbuena

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

O que é e o que passa a ser

Pense bem no seu descarte
Lixo todo dia vira arte
Cuide bem do seu descaso:
Natureza transformada

Mata sua matazônica
Mata sua matatlântica
Mata sua comum casa
Mata sua margem plácida

Pense bem na desgarrância
Só transforma, a experiência
Cuide bem do seu descaso
Prédios dissolvem no vento

Enquanto ainda temos tempo
Salve a mente PLANETÁria
Unidade que confia em pé
Nos seres mais fortes que a maré

João Oliveira 31/12/09
lagentebuena

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Fuga no. III dos Tremendões La Gente Buena

O que nós, do La Gente Buena propomos é uma maneira sustentável de (re) pensar o mundo. (Re) Pensar nossas ações, nossas emoções, reações e opiniões sobre certos acontecimentos desses nossos (bizarros) tempos. Há muito que o homem tenta saciar uma sede exagerada de conhecimento em termos científicos e tecnológicos. Das máquinas que substituíram o trabalho do homem e o alienaram dentro do processo produtivo à criação da bomba atômica, a maneira mais brilhante que o homem encontrou de destruir sua própria casa, ou melhor, a casa de todos os seres vivos, das plantas aos pássaros..
Nossas vidas são movidas pelo dinheiro. Somos ensinados que tempo é dinheiro, que dólar na carteira traz sorte, que sinal de sucesso e felicidade são carros importados e bolsas de R$4.000. Para que tais objetivos sejam alcançados, deixamos que nossas vidas sejam guiadas unicamente pelo Capital. Esse Capital (ou seria Capetal ?) nos torna indivíduos, indivíduos que não se preocupam mais com o coletivo, com o seu papel na sociedade, e por que não, no Universo( você pensa que somos Loki, bicho ?).
Nossa proposta visa debater os males do Capitalismo e da Globalização como a predação da natureza, exploração do homem pelo homem, maltrato aos animais, poluição, sociedade do consumo e indústria cultural e também de que maneira os males de uma sociedade moralista podem atrasar o verdadeiro desenvolvimento humano. Preconceito, injustiça, ganância, intolerância... Prezamos pela não-violência a toda e qualquer hora. Preconceitos para com negros, índios, pobres, nordestinos, homossexuais, injustiça social, a necessidade insana de acúmulo de riquezas, desperdício, ostentação, intolerância religiosa ou ideológica, isso tudo é coisa do PASSADO, meu amigo (a)!
Através de uma discussão SAUDÁVEL visamos discutir novos paradigmas frente à todos esses problemas expostos acima. Propostas de paz, de cultura, de integração dos povos. Para os La Gente Buena, as culturas não se oprimem, se respeitam. Quer dizer: como atingir a tão sonhada sustentabilidade quando os interesses dos grandes estados capitalistas têm como objetivo uma massificação da cultura, transformando-nos numa sociedade global de consumidores supérfluos estressados e deprimidos? Existe AMOR na competição? NÃO! Na cooperação? SEMPRE!
Como nos desligar desses inúmeros padrões de comportamento invisíveis? Certamente não atráves da Revista Veja ou da nova(ou velha) novela das 8.
Tomar mais sol, sorrir mais, ler poesia, pisar descalço na areia, caminhar mais a pé, alimentar-se de maneira saudável e vagarosa, buscar novos conhecimentos, subir novas montanhas, encontrar os amigos, compartilhar histórias e experiências...constituir-nos em um UNO-TODO, onde vale mais a diversidade do que cem mil réis. Essa é a nossa proposta. Somos (A)Gentes do Bem. Hoje é o primeiro dia do resto da sua vida, e da nossa também.

João Oliveira
laGENTEbuena
04/11/09

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Descarte-se da velha opinião formada.

A cultura do descartável é algo muito complexo para a gentedobem do lagentebuena. A maneira como a sociedade saiu do campo para as cidades revolucionou a forma como se produz alimentos, uma de nossas necessidades básicas. O luxo e as possibilidades de uma vida melhor na cidade maravilhou os sonhos dos cidadãos da época. Logo, as cidades tornaram-se grandes cidades, com pessoas chegando e partindo todos os dias em busca desse mesmo sonho ultrapassado de “vida melhor na capital”.
Este deslocamento trouxe para o mundo uma queda no número de pequenos produtores agrícolas, auto-sustentáveis, pois estes agora encontravam-se apertados em cubículos na bela urbe, sem 1m² pra plantar se quer um pé de manjericão. Como a cidade proveria a alimentação destas pessoas? A brilhante resposta foi a Revolução Verde; prometiam que com a intervenção tecnológica no campo a fome no mundo em desenvolvimento seria resolvida. Bom, foi realmente uma revolução, pois introduziu os agrotóxicos e as sementes hibridas nas culturas tradicionais, acabando com conhecimentos ancestrais e o mais importante: sementes crioulas! Já pensou nas diversas quantidades de milho que existiam aqui na América? Diversas cores e tamanhos foram substituídos pelo amarelinho da empresa X. A Revolução Verde também mecanizou o trabalho no campo, substituiu o trabalhador pela máquina, deixando inúmeras pessoas sem opção se não ir para a cidade arriscar a sorte. Descartaram-se gerações.
Por não produzir mais seus alimentos, o povo da cidade depende de uma ampla rede de distribuição de alimentos, o que encarece o preço que se paga pelo alimento processado, congelado, embalado, transportado e distribuído. E tudo isso pára dentro de uma sacolinha de plástico que vai parar na Caximba, lixão à céu aberto. A falta de alimentos naturais alí na sua horta faz com que exista a demanda por embalagens descartáveis para transportá-los mais facilmente até os urbanóides que já não plantam. Compramos a bandeijinha de morangos com agrotóxicos porque não temos onde plantar e nem tempo para fazê-lo, nossas vidas estão tão corridas com o prazo do relatório da coorporação do senhor John Wayne; este relatório é de extrema importância para que Mr. Wayne consiga comprar mais jóias para sua amada, uma vez que a vida dela é tão vazia, tão deprimida e botoxzada e ele não sabe mais o que fazer, você bem que poderia ajudá-lo, não?
OK, isso foi um parênteses. AS EMBALAGENS circulam muito rapidamente nas nossas vidas, tudo vem no plástico, na latinha, no isopor, e pra onde vai tudo isso? Isso, que um dia já foi natureza, acaba matando o que hoje resta da natureza. A natureza transformada nesses materiais que usamos pra transportar as coisas maravilhosas de nossa vida moderna, acabam sendo DESCARTADAS de maneira muito imprópria, contaminando rios e vidas.
“agora tá bom, o futuro é que é negro” alguns insistem em pensar. Lagentebuena alerta: o futuro é agora! Precisamos ter uma postura mais séria em relação às embalagens descartáveis, e perceber que sua cultura permeia a vida da sociedade. TUDO É PASSÍVEL DE SER DESCARTADO: caderno, celular, cônjuge, camisa.
Parte do preço que pagamos pelas coisas, vem dessas embalagens, feitas especialmente para ir para o lixo e contaminar nosso futuro.
Reduza, recicle, reutilize. Estamos atrasados. Repensemos nossas vidas, e as dos outros seres do planeta. Será que o que se vê na TV pode ser chamado de realidade? Todos são bonitos, dirigem carros importados, amam à luz de velas e champagne? Você já parou pra pensar no dia de seu José, catador do seu lixo, que ajuda a fachada da sua casa a ficar mais bonita, mais semelhante a essa bela farsa que vivemos?
Pense nele. Pense em seu José.

João Oliveira
Lagentebuena
(01/12/2009)

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Introdução indignatória

Pensemos no encanto provocado pela novidade, na maneira como somos avaliados pelo que consumimos; a explosão de crédito para o consumo, a propaganda agressiva que nos bombardeia e nos massifica 24 horas por todos os lados. O mercado como entidade incontrolável. O comprometimento de nossos líderes políticos com o empresariado. O pico petrolífero, aumento dos preços dos alimentos. Nossa Água, nossa Amazônia, o futuro dos nossos filhos. Acredito que vivemos num período histórico muito crucial para a construção de algo novo. Desperta, América do Sul! Quantos tempos mais nos manterão conquistados por esse imperialismo consumista que tem por objetivo esmagar nossas raízes? Como viver numa sociedade onde antigos moralismos impedem avanços humanitários e modernas tecnologias criam maneiras mais eficazes de destruição?
Explorar, devastar, produzir, consumir, descartar. Nova ditadura, regras que regem nosso subconsciente, felicidade num carro importado, uma calça transada, essa máscara cai quando?
Quando a fome, que já assombra milhões de pessoas no mundo passe a atingir bilhões? Quando o capitalismo se mostrar como o mais insustentável dos modos de produção? Não será tarde demais para a Natureza, a nossa Terra?
É chegada a hora de mostrarmos a esse gigante aparentemente indomável quão capazes somos de desenvolver nossos próprios caminhos. Rompamos os tratados, traiamos os ritos, comecemos de um zero que não se atenha ao fardo do passado e nem ao idealismo no futuro. Vivamos o agora, a partir de nossas cabeças, nossas mãos, nossas ações. Busquemos uma nova consciência, uma consciência capaz de eliminar preconceitos, dogmas, injustiças, quebrar paradigmas e nos mostrar como através do conhecimento e troca de experiências a metamorfose ambulante se torna real.